segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

O Carnaval da seca




 
A seca que impede o abastecimento normal de agua em 25% do território Brasileiro, vai deixar algumas localidades sem Carnaval, a festa mais importante do calendário nacional. vários municípios já cancelaram as comemorações, que duram oficialmente de 13 a 18 de fevereiro.

A escassez de água afeta inclusive o Carnaval do Rio de Janeiro, o maior do planeta, cujos blocos preliminares já começaram, e que tem a expectativa de atrair 920.000 turistas para a cidade neste ano. 
    
As escolas de samba, protagonistas do evento, vão modificar suas alegorias para evitar a utilização de água em seus desfiles carnavalescos, substituindo por luz ou fumaça.

A economia não ficará apenas no Sambódromo. Alguns blocos decidiram retirar este ano a mangueira com que tradicionalmente refrescam os que se reúnem sob um sol forte e temperaturas de 35 ou 40 graus. 

O implacável verão carioca, que neste ano chegou a níveis recorde de consumo de água e eletricidade, já produziu apagões importante na semana passada.

O panorama de algumas zonas deste vasto país (17 vezes maior que a Espanha) é mais sombrio. 

Em Minas Gerais, algumas represas não receberam precipitações nas cinco últimas semanas, e é provável que os problemas no fornecimento de água termine afetando a capital, Belo Horizonte, a terceira maior região metropolitana do país. 

No Estado de São Paulo, o mais rico e povoado, estão sendo estudados cortes em vários municípios, já que a represa da Cantareira conta com reservas de pouco mais de 5%. 

O governador do Ceará, Camilo Santana suspendeu por decreto a transferência de fundos para o Carnaval na capital de um estado no qual há 176 localidades declaradas em situação de emergência por falta de água. 

Recife, que tem 4 de cada 10 pessoas com problemas de fornecimento, criou um esquema de racionamento para proteger o conhecido carnaval do município vizinho de Olinda. No total, 47 milhões de brasileiros sofrem algum tipo de restrição atualmente.

O Rio de Janeiro, que organiza os jogos Olímpicos DE 2016, aumenta as campanhas sobre conscientização no uso da água enquanto o governador, Luiz Fernando Pezão, se recusa a falar de cortes mesmo depois que a represa de Paraibuna, principal fornecedora de água para a capital, chegou oficialmente a 0%. No norte do Estado foram perdidas amplas zonas de cultivo e milhares de cabeça de gado por falta de água. A mensagem parece estar sendo entendida no Brasil: o programa de televisão Big Brother impôs a cada um dos participantes um limite diário de litros.


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